Fonte: G1
Sexta-feira, 28 de Julho de 2023
Entenda o valor do ingresso
Do valor total do ingresso, cerca de 52,5% fica com os cinemas. Essa porcentagem é uma média do que é praticado no mercado, mas pode variar, dizem os entrevistados ouvidos pelo G1.
“Também há uma negociação entre exibidores e distribuidores do percentual, mudando às vezes ao longo das semanas que o filme fica em cartaz”, explica Felipe Lopes, diretor da distribuidora Vitrine Filmes. Em alguns casos, o percentual que fica com o exibidor vai para 60% a partir da segunda semana.
De sua fatia do ingresso, os exibidores pagam uma porcentagem de aluguel pelo cinema. Ela começa em 5% e pode chegar a 15%. Segundo Sherlon Adley, diretor comercial e de marketing da rede Cinesystem, em alguns shoppings, o pagamento do aluguel pode funcionar de duas maneiras: uma porcentagem estimada dos ingressos ou um valor fixo. Geralmente, o que for maior.
Do valor também saem 5% para o pagamento do ISS (Imposto sobre serviços de qualquer natureza) e 2,5% para o pagamento ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) pelo direito das músicas nos filmes.
Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Multiplex, Caio Silva, o que sobra para o cinema engloba ainda "outros significativos custos envolvidos na operação das salas de cinema", como "custos de colaboradores, energia, água e IPTU".
Os donos e administradores de cinema dizem que a margem de lucro sobre o ingresso é muito baixa. Por isso, eles têm investido em salas VIP, na venda de comida, bebida, brinquedo e presentinhos ou usado o espaço para realizar eventos.
“As salas com mais conforto são as que mais lotam e têm consumo mais alto. 80% dos espectadores dessas salas estão consumindo. Então é um bom investimento”, diz Adley.